04 dezembro 2005

Não sabes? Não sabes mesmo? Então eu lembro-te: dói-te a cabeça porque foste lá. tantas vezes eu te disse: não vás!, não vás!, não virás bem de lá! acabaste por ir, e eis o estado desumano em que surges. Ah, pois é, sim, mas mais desumano do que costumas ser. É bem feito! Aquilo não é lugar para ti. Por acaso viste as flores? Sim, lindas, não eram? Ah foste cheirá-las! Já sabes então donde vem essa dor de cabeça que é maior que a tua área cranióide. O pólen dessas plantas, ó grande imbecil, é só para quem nasce apto a captá-lo para o consumir; para quem, em contacto com essas lindas florzinhas, se torna um-só com elas, e o pólen, droga de vida, flui entre um e outro em júbilo. Vá, encosta-te aí, no teu canto, e deixa para os outros o que não é para ti.