24 julho 2006

FIM
quando voltaste, os teus olhos e as tuas mãos eram
chamas a falarem para mim.
eu estava na cama onde nasci vezes demais.
peço-te, nunca esqueças o meu olhar de quando
voltaste.
era de noite. eu não esperava mais nada.
e tu voltaste. tão bonita.
és tão bonita. no mundo, deve haver um jardim tão
bonito como tu.
voltaste.
eu sorri tanto. fui feliz e, nesse momento, morri.
José Luís Peixoto, A Casa, a Escuridão (2002)