17 novembro 2007
O burro apanhou pancada
E, como é burro,
Serviu-lhe a lição de nada.
Não é como o homem: porque esse
Quando um enredo se tece
Aprende, fica lembrado...
Ou fica capacitado
Que é assim que lhe acontece.
Leitor – percorre o passado.
Quanto aprendeste na estrada?
Por mim, não aprendi nada,
Como o burro.
Fernando Pessoa (2-11-1933)
05 novembro 2007
23 outubro 2007
Despe-te em sonho ante o sonhares-me vendo-te,
Dá-te vária, dá sonhos de ti-própria aos molhos
Ao teu pensar-me querendo-te...
Desfolha sonhos teus de dando-te variamente,
Ó perversa, sobre o êxtase da atenção
Que tu em sonhos dás-me... E o teu sonho de mim é quente
No teu olhar absorto ou em abstracção...
Possue-me-te, seja eu em ti meu spasmo e um rocio
De voluptuosos eus na tua coroa de rainha...
Meu amor será o sair de mim do teu ocio
E eu nunca serei teu, ó apenas-minha?
25 setembro 2007
do fundo do mar
"Não é o crime que nos arrasta ao desequilíbrio, mas o desequilíbrio que nos atira ao crime. Se não mantivermos a vigilância sob nós mesmos, cairemos na roda viva e iremos do desequilíbrio para as falhas, às faltas e para o crime. Do crime voltaremos para o desequilíbrio e aí rolaremos na roda das reencarnações, de que falava o Buda e nesse vai e vem maluco permaneceremos séculos e milénios, do qual dificilmente sairemos por nós mesmos, dependendo que uma força externa, fruto de um amor, de um ou de alguns Espíritos amigos que nos amem, nos salvará. Fora isso, sem a interferência dessas almas amorosas, e amantes, ficaremos nas mãos indiferentes do acaso que nos deixam abandonados, caindo infindavelmente no ABISMO de nós mesmos, de tal maneira que, aparentemente, parece uma queda eterna no sentido de atingir o ser que cai, a desintegração total por falta de energia"...
Aglon
20 setembro 2007
17 setembro 2007
A TERRA VISTA DO ALÉM
São comuns, ali, as chacinas, a fome, a epidemia, a viuvez, a orfandade que aqui não conhecemos... Obscuro planeta de exílio e de sombra! Entretanto, no universo, poucos lugares abrigarão tanto orgulho e tanto egoísmo! Por tal motivo é que esse mundo necessita de golpes violentos e rudes.
16 setembro 2007
09 setembro 2007
UM PÁLIDO RAIO DE LUZ NA NOITE DO RACIOCÍNIO
Não soubestes, contudo, dentro da pequenez educacional que vos foi parcamente ministrada, descerrar o velário angusto que encobre o santuário infinito da vida, acomodando-vos entre as acanhadas concepções, que vos foram impingidas pelas ideias religiosas e que amesquinham a grandeza do Criador do Universo, na fase do orbe que vindes de abandonar. Criar um local fantástico de gozo beatífico ou de sofrimento eterno e inelutável, centralizar a vida num globo de sombra, é, somente obra da ignorância desconhecedora da omnipotência e sabedoria divinas.
É que a vida não palpita, apenas, no mundo distante, onde abandonastes as vossas derradeiras ilusões: em toda a parte ela pulula triunfante e o veículo das suas manifestações é o que se diversifica na multiplicidade dos seus planos. Os mundos são a continuidade dos outros mundos e os céus sucedem-se ininterruptamente através dos espaços ilimitados”.
24 julho 2007
01 julho 2007
The Greeks
That is why to admire Greek sculpture, Greek literature, Greek art as a whole, to study them, even to love them, solely as art, is not to understand them wholly. To proclaim the Greeks the greatest artists of all time is cold gospel; they were so, they are still, not because they are so long dead, but because they were once so intensely alive. It is their eternal modernity that matters.
25 junho 2007
14 junho 2007
"A small step for man..."
http://pedacosdelua.blogspot.com/
29 maio 2007
Shôr Dótor

28 maio 2007
Mulher, cuidado com o amor

24 maio 2007
18 maio 2007
14 maio 2007
12 maio 2007
06 maio 2007
20 abril 2007
15 abril 2007
11 abril 2007
07 abril 2007
01 abril 2007
29 março 2007
28 março 2007
19 março 2007
LC 1, 68
Cada criatura humana é constituída de trilhões de células. Cada célula é um ser espiritual, individualizado da Centelha Divina, e que já ultrapassou os estágios mineral e vegetal, iniciando-se na fase animal. Compreendamos bem que, nesse estágio, a célula é um vórtice energético animado por um ser espiritual, que se reveste de matéria física para constituir o corpo denso da criatura. Repisemos: o corpo astral ou perispírito, no ventre materno, não se materializa em bloco: sua materialização é o resultado da materialização parcelada de cada uma de suas células.
Avancemos. Cada ser, ao sair do estado monocelular, vai crescendo pela lei das Unidades Coletivas (Pietro Ubaldi, em A Grande Síntese), e vai necessitando de auxiliares para desempenhar suas funções que se multiplicam. Vai então agregando a si outros seres monocelulares, que o acompanharão durante todo o curso evolutivo.
Ao chegar ao estado humano, o número de suas células está mais ou menos fixado, e a criatura se vai elevando na escala servido sempre pelas células servis, como auxiliadoras preciosas de sua evolução. As células são AS MESMAS vida após vida, embora o envoltório físico dessas células varie de vida para vida e até dentro de uma mesma existência da criatura, elas morrem e renascem, isto é, perdem a matéria física e retomam outra. A prova de que a parte espiritual das células é a mesma, e de que só seu corpo se refaz, é que as cicatrizes profundas da infância se mantêm até a velhice, embora a ciência tenha confirmado que, após cada sete anos, todas as células se renovam (menos as nervosas, que pertencem ao corpo etérico e não ao físico). Então, elas se renovam, sim, mas só no corpo físico, que é a contrapartida, a materialização de seu corpo perispiritual ou astral. E as cicatrizes profundas afetam o corpo astral das células, e por isso não desaparecem, pois atingem o vórtice energético. No entanto, as pequenas e leves cicatrizes, que só atingiram o corpo físico das células, essas desaparecem quando as células tomam outro corpo físico.
Ora, essas células, seres espirituais com mente própria (tanto que sabem sua função específica e a executam a rigor) evoluirão também. Enquanto permanecem no corpo humano, possuem a chamada alma grupo, constituída por nosso próprio espírito, e são governadas por nossa mente subconsciente. Tanto assim que se nos desequilibra e aparecem os distúrbios e enfermidades.
Mas, ascendendo lentissimamente pela escala animal, atingirão após milênios de milênios, a escala humana. A esse ponto, a criatura humana que foi servida por essas células (hoje criaturas humanas) já atingiu grau evolutivo elevadíssimo e terá sob sua responsabilidade todo esse conglomerado humano, que constituirá o seu povo.
Aqui temos uma explicação do grande motivo que impeliu Yahweh (Jesus) a criar o planeta (ou todo o sistema planetário), para acolher-nos em nossa evolução: esta humanidade, que aqui vive, é constituída das antigas células que, em épocas imemoriais, formaram os corpos de Jesus durante sua passagem pela escala hominal em outros planetas. Ajudamo-lo em Sua evolução hominal e Ele agora ama-nos entranhadamente, até o sacrifício, e veio entre nós o que era Seu, para ajudar-nos a libertar-nos do jugo da matéria. (Esclareçamos, todavia, que não nos referimos ao corpo de Jesus materializado em sua última passagem pela Terra há dois mil anos. Não. O que dizemos ocorreu há bilhões de anos atrás).
C. Torres Pastorino, Sabedoria do Evangelho, T. I
13 março 2007
P.1.81-83

A condição de possibilidade de unir as pontas soltas, a união que as ata, aglutina, é dada por Zeus, de acordo com Píndaro. Zeus é simplesmente possibilitante. É-o ao dar-nos a oportunidade, ao criar a ocasião para nos definirmos, ou redefinirmos, ao dar-nos uma hipótese. O momento oportuno aglutina numa dispensa de sentido todas as possibilidades da minha vida, de forma a estabelecer o nexo. O kairós totaliza os fragmentos estilhaçados da nossa vida, dá uma união, dispende sentido, abre caminho por onde ir, anula o carácter avulso de tudo. A obra fundamental do momento oportuno é de compreensão do que está disperso no todo das nossas vidas. Executa-nos. No limite é um mega organizador temporal, labora o tempo e elabora-nos através dele a partir do seu interior. O seu sentido não é causal, é simplesmente compreensivo. Poucos são os que estão à altura deste acontecimento. Os grandes homens são os que compreendem uma possibilidade simplesmente possibilitante. As suas vidas não são apenas momentos de emancipação do passado, da tradição. Todo o movimento de emancipação é definido negativamente, é um livrar-se de qualquer coisa, mas de que nunca verdadeiramente nos soltamos; podemos ficar uma vida inteira a tentar definirmo-nos relativamente àquilo de que nos deixámos, àquilo que deixámos de ser. A emancipação pode não libertar. Assim, as vidas dos grandes homens apenas extrinsecamente, como que por uma descrição e observação do exterior, são cortes com o passado, rupturas e formas de emancipação. Mas é a possibilidade intrínseca da mudança, o libertar-se para qualquer coisa de completamente diferente, um outro ser o que está verdadeiramente em causa nas suas vidas. É por se tornarem num futuro diferente, radicalmente outro, é por essa mudança ser uma possibilidade para a humanidade no seu todo, por haver futuro que a ruptura é feita. Não basta livrarmo-nos de... é necessário libertarmo-nos para.
02 março 2007
23 fevereiro 2007
Quilómetro doze
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.
22 fevereiro 2007
17 fevereiro 2007
Coldplay - Don't Panic
Habituaram-me (Bandeira e Ângela) a associar esta música a tardes de sol, em Pombal, com saudades de estar aqui onde agora estou. Mas agora, que aqui estou, tenho uma sensação de nostalgia desses momentos...
16 fevereiro 2007
14 fevereiro 2007
14 janeiro 2007
’TIS the last rose of summer
Left blooming alone;
All her lovely companions
Are faded and gone;
No flower of her kindred,
No rosebud is nigh,
To reflect back her blushes,
To give sigh for sigh.
I’ll not leave thee, thou lone one!
To pine on the stem;
Since the lovely are sleeping,
Go, sleep thou with them.
Thus kindly I scatter
Thy leaves o’er the bed,
Where thy mates of the garden
Lie scentless and dead.
So soon may I follow,
When friendships decay,
And from Love’s shining circle
The gems drop away.
When true hearts lie withered
And fond ones are flown,
Oh! who would inhabit
This bleak world alone?
Do nosso quarto de hotel no Cairo, vens da janela, exibindo vestidas as roupas que compraste no mercado; eu, estendido nas almofadas, contemplo-te. Vens até mim, em gestos de dançarina, agarras-me pela mão: ouço os berloques das pulseiras. Levanto-me para ti, e levas-me até à varanda, onde, de lugar algum, começa a soar esta música...
03 janeiro 2007
Supermoves
Vou no deserto, corro, arrasto-me pela areia, pareço o esplêndido Lázaro, escorrego nas dunas, levanto-me, enterro os pés no chão, as pernas fraquejam mas obrigo-as a correr, a ir rápido, a mover-me rápido, a rasgar o ar que desliza pela minha cara como uma lâmina. Quero fugir de ti, do teu nome, do que és em mim. Imagino-te num lugar distante de onde fujo, e dou balanço para correr ainda mais rápido, levanto-me, e já não sei donde corria, por isso corro a partir de onde estou, para onde estou virado, imagino-te num lugar atrás de mim, fujo de ti, que afinal não és tu, é a minha projecção de ti em mim, a areia que salta das minhas passadas desliza-me como o sol, o ar é tão rarefeito que me sufoca, os olhos mal se abrem. Paro. Tento recuperar o fôlego.