19 dezembro 2006
14 dezembro 2006
Dos tempos do professorado
Well, Is it true what they say about it
You wanna do what I do and I doubt it
And then they tell you anything about it
Yeah, I know
I got some people say it's this way
I got some people say it's that way
And then some people say there's no way
Hell, I know
[Chorus:]
See that idiot walk
See that idiot talk
See that idiot shock up his name on the backboard
See that robot walk
See that robot talk
See that robot write up his name on the battle
They say this is all I need you to get by
The truth is, baby, it's a lie-ie-ie-ie-ie
Well, Is it true what they say about it
You gotta do what I do and I doubt it
I announce I wanna do something about it
Ain't it fair
I got some people doing it this way
I got some people doing it that way
And then some people
Ain't it fair
[Chorus]
I got a martulation
And through a miracle of bad equation
You gave up and you started thinking
They were true
If you are beauty and combination
Body at work and a mind on vacation
We're on a tray we started thinking
It was you
[Chorus]
You wanna do what I do and I doubt it
And then they tell you anything about it
Yeah, I know
I got some people say it's this way
I got some people say it's that way
And then some people say there's no way
Hell, I know
[Chorus:]
See that idiot walk
See that idiot talk
See that idiot shock up his name on the backboard
See that robot walk
See that robot talk
See that robot write up his name on the battle
They say this is all I need you to get by
The truth is, baby, it's a lie-ie-ie-ie-ie
Well, Is it true what they say about it
You gotta do what I do and I doubt it
I announce I wanna do something about it
Ain't it fair
I got some people doing it this way
I got some people doing it that way
And then some people
Ain't it fair
[Chorus]
I got a martulation
And through a miracle of bad equation
You gave up and you started thinking
They were true
If you are beauty and combination
Body at work and a mind on vacation
We're on a tray we started thinking
It was you
[Chorus]
The Hives, Walk, Idiot, Walk
12 dezembro 2006
MAR DE ROSAS
Nós sonhamos rosas
Sós na solidão
E vivemos num mar de prosas
Ai, com rosas no coração
Pintando vidas
Construidas talvez em vão
em jardins de rosas perdidas
Ai, no vento duma paixão
E, nos amores
vai-se a razão
Risos e dores
Versos e flores
Quanta ilusão
Nós vivemos num mar de rosas
Ai, com espinhos no coração
Nós vivemos num mar de rosas
Ai, com espinhos no coração
Misteriosas
Estas rosas na minha mão
Mas não há milagres nem rosas
Ai, quando nos dizem que não
Outros caminhos
Com pés no chão
E de novo vamos sozinhos
Ai, ninguém nos pede perdão
Nem os amores
Nem a razão
Risos e dores
Versos e flores
Dura lição
Como se as horas formosas
Pudessem dar rosas
Que os sonhos não dão
Nós vivemos num mar de rosas
Ai, com espinhos no coração
Nós vivemos num mar de rosas
Ai, com espinhos no coração
Sós na solidão
E vivemos num mar de prosas
Ai, com rosas no coração
Pintando vidas
Construidas talvez em vão
em jardins de rosas perdidas
Ai, no vento duma paixão
E, nos amores
vai-se a razão
Risos e dores
Versos e flores
Quanta ilusão
Nós vivemos num mar de rosas
Ai, com espinhos no coração
Nós vivemos num mar de rosas
Ai, com espinhos no coração
Misteriosas
Estas rosas na minha mão
Mas não há milagres nem rosas
Ai, quando nos dizem que não
Outros caminhos
Com pés no chão
E de novo vamos sozinhos
Ai, ninguém nos pede perdão
Nem os amores
Nem a razão
Risos e dores
Versos e flores
Dura lição
Como se as horas formosas
Pudessem dar rosas
Que os sonhos não dão
Nós vivemos num mar de rosas
Ai, com espinhos no coração
Nós vivemos num mar de rosas
Ai, com espinhos no coração
Carlos Paião
02 dezembro 2006
(...) Sou aquele que, esta noite, te viu partir, que olhou para ti quando os teus olhos se despediram e que não pôde fazer nada senão olhar para ti, o corpo que foi meu, e vê-lo afastar-se, cada vez mais longe dos meus braços. Sou aquele que nasceu lá no sul, longe de toda as desilusões, no lugar onde o passado pára, no último lugar do passado. Sou aquele que sonhou com tudo aquilo que é proibido sonhar. Sou aquele que é todos estes e muito mais do que estes e que caminha por um passeio deserto, o nevoeiro, o brilho morrente da luz na água fina da chuva, sob um céu cinzento, sob a lua como um ponto para onde tudo se dirige. Caminho nesta manhã como se entrasse dentro de uma casa vazia, a casa que conheci, que foi minha e que abandonei, como se subisse as escadas dessa casa de salas mortas, cadeiras mortas, camas mortas, como se me aproximasse da janela e olhasse lá para fora, como se uma voz negra e terrível me atravessasse.
A manhã é ainda lunar.
Nunca mais poderei deixar o meu corpo esquecido junto ao teu. O mundo que não existia longe da tua pele. Os meus dedos a deslizarem pela superfície da tua pele. E o desejo enganava-nos. Os meus dedos entre os teus cabelos e a inocência. A claridade dos dias que nasciam na tua pele branca, na forma suave da tua pele feita de silêncio. A inocência repetida em cada palavra da tua voz, como água de uma fonte, como a minha mão a atravessar o ar e a dirigir-se para o teu rosto. O teu olhar era a inocência. O meu olhar. E o silêncio de cada vez que queríamos falar de assuntos mais impossíveis do que a memória. Nunca mais poderei sonhar porque tu não estarás ao meu lado e, descobri hoje, só posso sonhar contigo ao meu lado. Espetada infinitamente em mim, uma faca infinita. Deixei de imaginar o futuro. Sobre esse tempo que não sei se chegará existe um manto muito mais negro do que aquele que cobre o passado. Não consigo olhar através desse tempo negro. O futuro estará depois de muitas noites, mas eu deixei de imaginar as noites. Sei que, da mesma maneira que esta noite se cobriu de manhã, esta manhã poderá anoitecer. Consigo imaginar cada tom das suas cores a tornarem-se negras. Não consigo imaginar este tempo a transformar-se noutro tempo. Contigo, perdi tudo o que fui para não ser mais nada. Deixei-me ficar nos sonhos que tivemos. Abandonei-me. Nunca mais entenderemos a lua como quando acreditávamos que aquela luz que atravessava a noite nos aquecia. Nunca mais. Nunca mais poderemos sonhar. Nunca mais. (...)
A manhã é ainda lunar.
Nunca mais poderei deixar o meu corpo esquecido junto ao teu. O mundo que não existia longe da tua pele. Os meus dedos a deslizarem pela superfície da tua pele. E o desejo enganava-nos. Os meus dedos entre os teus cabelos e a inocência. A claridade dos dias que nasciam na tua pele branca, na forma suave da tua pele feita de silêncio. A inocência repetida em cada palavra da tua voz, como água de uma fonte, como a minha mão a atravessar o ar e a dirigir-se para o teu rosto. O teu olhar era a inocência. O meu olhar. E o silêncio de cada vez que queríamos falar de assuntos mais impossíveis do que a memória. Nunca mais poderei sonhar porque tu não estarás ao meu lado e, descobri hoje, só posso sonhar contigo ao meu lado. Espetada infinitamente em mim, uma faca infinita. Deixei de imaginar o futuro. Sobre esse tempo que não sei se chegará existe um manto muito mais negro do que aquele que cobre o passado. Não consigo olhar através desse tempo negro. O futuro estará depois de muitas noites, mas eu deixei de imaginar as noites. Sei que, da mesma maneira que esta noite se cobriu de manhã, esta manhã poderá anoitecer. Consigo imaginar cada tom das suas cores a tornarem-se negras. Não consigo imaginar este tempo a transformar-se noutro tempo. Contigo, perdi tudo o que fui para não ser mais nada. Deixei-me ficar nos sonhos que tivemos. Abandonei-me. Nunca mais entenderemos a lua como quando acreditávamos que aquela luz que atravessava a noite nos aquecia. Nunca mais. Nunca mais poderemos sonhar. Nunca mais. (...)
José Luis Peixoto, Lunar
28 novembro 2006
Massive Attack - Angel
You are my angel
Come from way above
To bring me love
Her eyes
She's on the dark side
Neutralize
Every man in sight
To love you, love you, love you ...
You are my angel
Come from way above
To love you, love you, love you ...
26 novembro 2006
Santana - She's Not There
24 novembro 2006
23 novembro 2006
18 novembro 2006
16 novembro 2006
03 novembro 2006
01 novembro 2006
Biological
Thousands of hairs
Two eyes only
It's you
Some skin
Billions of genes
Again it's you
XX XY
That's why it's you and me
Your blood is red
It's beautiful genetic love
Biological
I don't know why I feel that way with you
Biological
I need your DNA
Your fingerprints
The flesh, her arm, your bones
I'd like to know
Why all these things move me
Let's use ourselves to be as one tonight
A part of me would like to travel in your veins
Biological
I don't know why I feel that way with you
Biological
I need your DNA
Two eyes only
It's you
Some skin
Billions of genes
Again it's you
XX XY
That's why it's you and me
Your blood is red
It's beautiful genetic love
Biological
I don't know why I feel that way with you
Biological
I need your DNA
Your fingerprints
The flesh, her arm, your bones
I'd like to know
Why all these things move me
Let's use ourselves to be as one tonight
A part of me would like to travel in your veins
Biological
I don't know why I feel that way with you
Biological
I need your DNA
Air, Talkie Walkie
30 outubro 2006
Ora aspiro, ora temo, ou duvido;
Ora grave, ora meigo, ora severo;
Ora engeito, ora peço, ora não quero;
Ora páro, ora tenho, e ora envido:
Ora inculto, ora monstro, ora Cupido;
Ora prompto, ora tímido, ora féro;
Ora livre, ora escravo, e ora impéro;
Ora amante, ora ingrato, ora sentido;
Ora morro, ora vivo, ora me afogo,
Ora rio, ora choro, ora me assanho;
Ora já, ora não, e ora logo.
Ora envido, ora perco, e ora ganho;
Ora incendio, ora neve, e ora fogo;
Estranho variar de amor estranho!
Ora grave, ora meigo, ora severo;
Ora engeito, ora peço, ora não quero;
Ora páro, ora tenho, e ora envido:
Ora inculto, ora monstro, ora Cupido;
Ora prompto, ora tímido, ora féro;
Ora livre, ora escravo, e ora impéro;
Ora amante, ora ingrato, ora sentido;
Ora morro, ora vivo, ora me afogo,
Ora rio, ora choro, ora me assanho;
Ora já, ora não, e ora logo.
Ora envido, ora perco, e ora ganho;
Ora incendio, ora neve, e ora fogo;
Estranho variar de amor estranho!
Esopaida, ou Vida de Esopo
26 outubro 2006
Set me free
asasas
Set me free, little girl.
All you gotta do is set me free, little girl.
You know you can do it if you try,
All you gotta do is set me free, free,
Free.
Set me free, little girl.
All you gotta do is set me free, little girl.
You know you can do it if you try,
All you gotta do is set me free, free,
Free, free.
I don't want no one,
If I can't have you to myself.
I don't need nobody else.
So if I can't have you to myself,
Set me free.
Set me free.
Oh set me free, little girl.
All you gotta do is set me free, little girl.
You know you can do it if you try,
All you gotta do is set me free, free,
Free, free.
I don't want no one,
If I can't have you to myself.
I don't need nobody else.
So if I can't have you to myself,
Set me free.
Set me free.
Oh set me free, little girl.
All you gotta do is set me free, little girl.
You know you can do it if you try,
All you gotta do is set me free, free,
Free.
Set me free,
Oh, set me free.
Set me free, little girl.
All you gotta do is set me free, little girl.
You know you can do it if you try,
All you gotta do is set me free, free,
Free.
Set me free, little girl.
All you gotta do is set me free, little girl.
You know you can do it if you try,
All you gotta do is set me free, free,
Free, free.
I don't want no one,
If I can't have you to myself.
I don't need nobody else.
So if I can't have you to myself,
Set me free.
Set me free.
Oh set me free, little girl.
All you gotta do is set me free, little girl.
You know you can do it if you try,
All you gotta do is set me free, free,
Free, free.
I don't want no one,
If I can't have you to myself.
I don't need nobody else.
So if I can't have you to myself,
Set me free.
Set me free.
Oh set me free, little girl.
All you gotta do is set me free, little girl.
You know you can do it if you try,
All you gotta do is set me free, free,
Free.
Set me free,
Oh, set me free.
Ray Davies & The Kinks
21 outubro 2006
Balade de mercy
asasasas
A Chartreux et a Celestins,
A Mendians et a Devottes,
A musars et claquepatins,
A servans et filles mignottes,
Portans surcortz es justes cottes,
A cuidereaux d'amours transis,
Je crie a toutes gens mercis.
A fillettes monstrans tetins,
Pour avoir plus largement hostes,
A ribleurs mouveurs de hutins,
A bateleurs traynans marmottes
A folz er folles, sotz et sottes,
Qui s'en vont siflant six a six,
A marmosetz et mariottes,
Je crie a toutes gens mercis.
Si non aux traistres chiens mastins
Qui m'ont fait rongier dures crostes
Et maschier, mains soirs et matins,
Qu'ores ja ne crains pas trois crottes.
Je feisse pour eulx petz et rottes;
Je ne puis, car je suis assis.
Au fort, pour eviter riottes,
Je crie a toutes gens mercis.
Qu'on leur froisse les quinze costes
De gros mailletz, fors et massis,
De plombees et telz pelottes.
Je crie a toutes gens mercis.
Francois Villon
A Chartreux et a Celestins,
A Mendians et a Devottes,
A musars et claquepatins,
A servans et filles mignottes,
Portans surcortz es justes cottes,
A cuidereaux d'amours transis,
Je crie a toutes gens mercis.
A fillettes monstrans tetins,
Pour avoir plus largement hostes,
A ribleurs mouveurs de hutins,
A bateleurs traynans marmottes
A folz er folles, sotz et sottes,
Qui s'en vont siflant six a six,
A marmosetz et mariottes,
Je crie a toutes gens mercis.
Si non aux traistres chiens mastins
Qui m'ont fait rongier dures crostes
Et maschier, mains soirs et matins,
Qu'ores ja ne crains pas trois crottes.
Je feisse pour eulx petz et rottes;
Je ne puis, car je suis assis.
Au fort, pour eviter riottes,
Je crie a toutes gens mercis.
Qu'on leur froisse les quinze costes
De gros mailletz, fors et massis,
De plombees et telz pelottes.
Je crie a toutes gens mercis.
Francois Villon
04 outubro 2006
Taking A Pause
21 setembro 2006
... porque é incontestável...
1º Os fenómenos espíritas são produzidos por inteligências extracorpóreas, às quais também se dá o nome de Espíritos;
2º Os Espíritos constituem o mundo invisível; estão em toda parte; povoam infinitamente os espaços; temos muitos, de contínuo, em torno de nós, com os quais nos achamos em contacto;
3º Os Espíritos reagem incessantemente sobre o mundo físico e sobre o mundo moral e são uma das potências da Natureza;
4º Os Espíritos não são seres à parte, dentro da criação, mas as almas dos que hão vivido na Terra, ou em outros mundos, e que despiram o invólucro corpóreo; donde se segue que as almas dos homens são Espíritos encarnados e que nós, morrendo, nos tornamos Espíritos;
5º Há Espíritos de todos os graus de bondade e de malícia, de saber e de ignorância;
6º Todos estão submetidos à lei do progresso e podem todos chegar à perfeição; mas, como têm livre-arbítrio, lá chegam em tempo mais ou menos longo, conforme seus esforços e vontade;
7º São felizes ou infelizes, de acordo com o bem ou o mal que praticaram durante a vida e com o grau de adiantamento que alcançaram. A felicidade perfeita e sem mescla é partilha unicamente dos Espíritos que atingiram o grau supremo da perfeição;
8º Todos os Espíritos, em dadas circunstâncias, podem manifestar-se aos homens; indefinido é o número dos que podem comunicar-se;
9º Os Espíritos comunicam-se por médiuns, que lhes servem de instrumentos e intérpretes;
10º Reconhecem-se a superioridade ou a inferioridade dos Espíritos pela linguagem de que usam; os bons só aconselham o bem e só dizem coisas proveitosas; tudo neles lhes atesta a elevação; os maus enganam e todas as suas palavras trazem o cunho da imperfeição e da ignorância.
Allan Kardec, O Livro dos Médiuns
11 setembro 2006
07 setembro 2006
Na criação do mundo, no núcleo deste planeta, a Entidade Criadora gravou uma imagem; o ser com responsabilidade moral para gerir a vida neste planeta seria feito a partir dessa imagem. Tu, porém, não foste feita com base nesse molde: tu és esse molde impregnado de vida. És um talismã para a Humanidade.
04 setembro 2006
03 setembro 2006
(...) Monotonizar a existência, para que ela não seja monótona. Tornar anódino o quotidiano, para que a mais pequena coisa seja uma distracção. No meio do meu trabalho de todos os dias, baço, igual e inútil, surgem-me visões de fuga, vestígios sonhados de ilhas longínquas, festas em áleas de parques de outras eras, outras paisagens, outros sentimentos, outro eu. Mas reconheço, entre dois lançamentos, que se tivesse tudo isso, nada disso seria meu. Mais vale, na verdade, o patrão Vasques que os Reis de Sonho; mais vale, na verdade, o escritório da Rua dos Douradores do que as grandes áleas dos parques impossíveis. Tendo o patrão Vasques, posso gozar o sonho dos Reis de Sonho; tendo o escritório da Rua dos Douradores, posso gozar a visão interior das paisagens que não existem. Mas se tivesse os Reis de Sonho, que me ficaria para sonhar? Se tivesse as paisagens impossíveis, que me restaria de impossível? (...)
Bernardo Soares, Livro do Desassossego (trecho 171)
21 agosto 2006
15 agosto 2006
Lembra-me um sonho lindo
quase acabado,
lembra-me um céu aberto
outro fechado
Estala-me a veia em sangue
estrangulada,
estoira no peito um grito,
à desfilada
Canta rouxinol canta
não me dês penas,
cresce girassol cresce
entre açucenas
Afaga-me o corpo todo
se te pertenço,
rasga-me o ventre ardendo
em fumos de incenso
Lembra-me um sonho lindo
quase acabado,
lembra-me um céu aberto
outro fechado
Estala-me a veia em sangue
estrangulada,
estoira no peito um grito,
à desfilada
Ai como eu te quero,
ai de madrugada,
ai alma da terra,
ai linda, assim deitada
Ai como eu te amo,
ai tão sossegada,
ai beijo-te o corpo,
ai seara, tão desejada.
Fausto, Por Este Rio Acima (1982)
08 agosto 2006
05 agosto 2006
04 agosto 2006
Jacques Brel, Ne me quitte pas
Assim, completamente desgraçado, de rastos, pressentindo a miséria do que poderá um dia acontecer, assim te digo:
03 agosto 2006
I do not swear I will remember you;
I have sworn that before - and have forgot,
and vowed eternities too many times
to tarnish this with phrases I hold cheap.
I will not even say you are my love;
the word is trite, beribboned, tired with use,
and has grown sickly with the world's abuse.
I say that you are young, when all around
the years are weary, hearts destroy themselves,
and the bright morning of an April day
scarcely moves the dark; and you are clean
when dust of ages blows about the fields
and the new corn is stifled at its birth.
I say that I would choose, if choice were mine,
with all the honesty my heart can give,
to be your fellow out across the hills.
I do not swear I will remember you.
The lines we follow may diverge today
to meet each separate end. But I can say
when I am old, that once the world was true
and I was fearless and was not alone,
and broke the barriers of blood and bone
into the regions of a brighter star;
and when I smell the fragrant dusk of spring
I will be still with joy, remembering
these days no threat, no falsity can mar.
I have sworn that before - and have forgot,
and vowed eternities too many times
to tarnish this with phrases I hold cheap.
I will not even say you are my love;
the word is trite, beribboned, tired with use,
and has grown sickly with the world's abuse.
I say that you are young, when all around
the years are weary, hearts destroy themselves,
and the bright morning of an April day
scarcely moves the dark; and you are clean
when dust of ages blows about the fields
and the new corn is stifled at its birth.
I say that I would choose, if choice were mine,
with all the honesty my heart can give,
to be your fellow out across the hills.
I do not swear I will remember you.
The lines we follow may diverge today
to meet each separate end. But I can say
when I am old, that once the world was true
and I was fearless and was not alone,
and broke the barriers of blood and bone
into the regions of a brighter star;
and when I smell the fragrant dusk of spring
I will be still with joy, remembering
these days no threat, no falsity can mar.
Jane Tyson Clement, No One Can Stem the Tide: Selected Poetry 1931-1991
30 julho 2006
27 julho 2006
Sepultura - Territory
Unknown Man
Speaks To The World
Sucking Your Trust
A Trap In Every Word
War For Territory
War For Territory
Choice Control
Behind Propaganda
Poor Information
To Manage Your Anger
War For Territory
War For Territory
Dictators’ Speech
Blasting Off Your Life
Rule To Kill The Urge
Dumb Assholes’ Speech
Years Of Fighting
Teaching My Son
To Believe In That Man
Racist Human Being
Racist Ground Will Live
Shame And Regret
Of The Pride
You’ve Once Possessed
War For Territory
War For Territory
Estar a comer uma fatia de bolo de chocolate acabado de sair do forno, sentado num divã perfeito para as medidas do meu corpo, escutando Verdi e inalando opiáceos de incenso, num fim de dia quente de Verão. Haverá algo mais tranquilizante, mais remediador para o espírito? Sim; haverá sempre algo melhor, qualquer que seja a situação que se lhe oponha: estar contigo, nem que me estejas a fazer mal.
Pela manhã cedo, o pequeno Buda saía do seu palácio e entrava floresta adentro. Havia aí um lugar quase inacessível onde ele gostava de se sentar, ser rodeado por todas as formas de vida da Natureza, e rir. Esses momentos do dia eram sempre amenos; qualquer que fosse a época do ano, havia sol, e céu azul. A Natureza amava o rapazinho gordo de olhos semicerrados que a fazia feliz. Às vezes, o pequeno Buda recebia uma visita da cidade, para aconselhamento, mas só se encontrava com ele quem conseguisse chegar àquele lugar. As suas lições de vida eram muito apreciadas, não tanto pela vaguidade de um conselho oracular, mas pela simplicidade, carregada de profundos conhecimentos de vida, de que essas pequenas frases se compunham. Ninguém amava eroticamente o ser mais amado da Natureza, e, um dia, um viajante alemão, de olhos esbugalhados, por trás das lunetas curvas e pequenas, que ao fim de dois meses conseguira encontrar aquele ser que, fisicamente, classificou de "anão com peso regular"; esse viajante alemão perguntou ao pequeno Buda porque é que ninguém de entre os Homens o amava. O pequeno Buda, com poucas palavras, explicou àquele senhor de hábitos estranhos e sotaque acentuado que a Mãe Natureza amava Buda pela mesma razão que o fazia não ser amado por ninguém. A Mãe amava Buda porque ele era o oposto de toda a beleza que os homens admiram. Buda era a beleza primordial, a beleza quase selvagem, quase Terra. E a Mãe alimentava-se da Terra. Como o pequeno Buda era quase tão filho da Terra como da Mãe, a Mãe alimentava-se da Terra que Buda era e tinha. Porque Buda não era humano; humano era o corpo em que a Mãe o engarrafara. Duas horas depois, o alemão era ainda um vazio pleno de incertezas.
26 julho 2006
Moonspell - Magdalene
Have you ever loved a woman
who should be that little intruder
in the one that you should be
Share the snake with us,
swallow the snake for us...
You have learnt heaven through impure lips
so different from what you have been told
so different from what you have seen
And now that you learned you will have to release
the tender arms of a woman
which would have strangled you to let you live
you will have to elect (choose) the fainting arms of this cross
which are just killing you to let you live...
Share the snake with us,
follow the snake for us...
25 julho 2006

Longe de tudo; sozinho, por minha conta, responsável pelos meus actos. Sem alguém que me vista com seus gestos, como tinha Sophia. Estou neste momento nesse mundo árido de um tempo real, esse mundo em que Vergílio Ferreira sentiria uma abafação de todo o espaço, uma pressão que lhe fazia carregar a cabeça de sangue. Esse mundo em que um aristocrata de Eça tomaria constantemente as decisões erradas, sempre esperando pela sua riqueza para o segurar, sempre mantendo a sua pose. Aqui, Campos estaria eufórico, absorvendo a multiplicidade de imagens que a Boavista, pela manhã, pode dar - ou estaria ansiando por um qualquer navio onde, encostado para trás na cadeira do convés, pudesse partir para o sossego. Reis estaria a ir-se embora também, em direcção ao campo, onde está Caeiro. O Ortónimo deprimiria entre tragos de vinho e sorvadas de ópio. Antero, perante a mendigagem que, pelos chãos, faz o triste espectáculo de serem como são e, sem qualquer estima para si próprios, no fim pedem o óbulo do espectáculo; Antero, ao vê-los, suspiraria por um Socialismo que, já o sabemos agora, nunca existirá. Quanto a mim, que não posso estar junto de todos eles, visto a roupa de estar nesta sociedade, escondendo dentro de mim o selvagem que quer um dia estar sozinho: fiz a minha escolha, Aristóteles, não sou deus, sou animal.
24 julho 2006
FIM
quando voltaste, os teus olhos e as tuas mãos eram
chamas a falarem para mim.
eu estava na cama onde nasci vezes demais.
peço-te, nunca esqueças o meu olhar de quando
voltaste.
era de noite. eu não esperava mais nada.
e tu voltaste. tão bonita.
és tão bonita. no mundo, deve haver um jardim tão
bonito como tu.
voltaste.
eu sorri tanto. fui feliz e, nesse momento, morri.
José Luís Peixoto, A Casa, a Escuridão (2002)
23 julho 2006
05 julho 2006
NIETZSCHE:
Oh no—
Let’s face it. Nobody likes being chained
to the wall by somebody else’s imagination.
Please! Wipe me out!
THE DANGEROUS MAN:
I’d do it if I could, Mr. Nietzsche.
NIETZSCHE:
You can do it. I want things said to me—
that will be very disturbing —not to other
people of course, but to myself in particular.
I want things said to me, that will cut into
me like a knife. In that hope, I want everybody’s
collaboration.
THE CHILD:
Why should we collaborate with you, Mr.
Nietzsche? A: We do not trust you, and B:
we do not like you.
Oh no—
Let’s face it. Nobody likes being chained
to the wall by somebody else’s imagination.
Please! Wipe me out!
THE DANGEROUS MAN:
I’d do it if I could, Mr. Nietzsche.
NIETZSCHE:
You can do it. I want things said to me—
that will be very disturbing —not to other
people of course, but to myself in particular.
I want things said to me, that will cut into
me like a knife. In that hope, I want everybody’s
collaboration.
THE CHILD:
Why should we collaborate with you, Mr.
Nietzsche? A: We do not trust you, and B:
we do not like you.
Richard Foreman, Bad Boy Nietzsche
15 junho 2006
JORNADA - 4
Vasco da Gama; correnteza de cadeiras no andar da restauração, cá fora, a ver o rio. O melhor sítio do Vasco para um dia quente de sol. Mas nem a cúpula da Utopia me distrai de ti. Queria-te aqui, a ver isto comigo. Não teria necessidade de escrever-te, porque estavas a viver tudo isto comigo. Vou aqui ficar um pouco mais, a lembrar-me dos momentos até agora em comum contigo, vou ver a tua imagem, e vou juntar-te a mim - desejando que aconteça fora da imaginação.
14 junho 2006
JORNADA - 3
Saindo pela porta giratória do CCB, no Centro de Exposições, o cantinho mais à esquerda, resguardado por uma pequena selva cor-de-rosa. Já almocei, no McDonald's de Belém, depois comprei uma embalagem de seis pastéis, comi dois, e um farto pedaço de salame de chocolate. Nem assim, tal não chegará nunca, como nada chegará, para que te esqueça. A todo o momento dou por mim a correr para a tua imagem que trago comigo. Encher-te de mimos; dar-te o que sinto por ti. E, juntos, olharmos a parte da Margem Sul e do Tejo que se pode avistar daqui; enquanto olhavas, ia enchendo esse terno pescoço de repenicados beijos. Tudo seria tão melhor, se estivesses aqui!
13 junho 2006
JORNADA - 2
Anfiteatro dos Jardins Gulbenkian. Lugar mágico. Até parece que não há aqui ninguém, até parece que não passam aviões por cima a toda a hora, como se os pássaros, as folhas ao vento, a sombra das árvores, todo este bucolismo abafasse a vida que há à volta. Era capaz de viver aqui para sempre. Aqui, na segunda fila a contar da direita (vindo do acesso mais à esquerda - de quem vê por cima), quarto lugar; e, no terceiro ou no quinto (ou mesmo no quarto), tu. A olharmo-nos, a olharmos a letícia nos olhos das criancinhas que na skene brincam, a olharmos o canto do lago, ao fundo esquerdo, e a perdermo-nos depois um no outro. Dia mágico, que para ser real bastavas tu.
10 junho 2006
JORNADA - 1
São oito e cinquenta e oito. Ainda penso em ti. Falta uma hora para que o comboio chegue, e não me sais da cabeça. Lá, para onde vou, também lá estarás, tal como estás aqui? Eu sei que sim, inevitavelmente, porque não penso em mais nada senão em ti. Tua levo uma imagem, na qual sorris de uma forma indescritível; talvez a única coisa a dizer é que é um sorriso teu, e isso dá logo a ideia da unicidade do esplendor daquela imagem, que terceiros fizeram. Vou olhá-la atentamente, não para não te esquecer mas para me alimentar. Tu bastas-me, e eu quero bastar-te.
São oito e cinquenta e oito. Ainda penso em ti. Falta uma hora para que o comboio chegue, e não me sais da cabeça. Lá, para onde vou, também lá estarás, tal como estás aqui? Eu sei que sim, inevitavelmente, porque não penso em mais nada senão em ti. Tua levo uma imagem, na qual sorris de uma forma indescritível; talvez a única coisa a dizer é que é um sorriso teu, e isso dá logo a ideia da unicidade do esplendor daquela imagem, que terceiros fizeram. Vou olhá-la atentamente, não para não te esquecer mas para me alimentar. Tu bastas-me, e eu quero bastar-te.
03 junho 2006
Espelho meu, haverá alguém mais bela que ela? Pois sim, seu campónio depravado, há; mais bela que ela só ela sem ti, só aquela "ela" que não conheces, porque é a que não te conhece. Ouvindo isto, não tive outro desejo senão fazê-la ainda mais bonita; além de não me conhecer, nunca se cruzaria comigo. Decidi com toda a minha resignação. Mas quem sou eu para decidir ou, sequer, resignar?Eu sou daqueles que, fruto da noite, se embebedam do mal alheio e o tornam seu. Se calhar por isso os deuses, aproveitando para me contrariarem, me aproximaram dela. Sou uma sanguessuga dos podres que grassam nos seres que procuram aproximar-se da perfeição da felicidade. Eles têm esse objectivo; eu sou algo que não pode sequer pensar em objectivos: minha única função é sacrificar-me para e por eles; por todos eles; mas fui destacado para ela.
07 abril 2006
A viagem foi muito cansativa. O ar frio e húmido inutiliza os panos encardidos e sujos em forma de roupa que me cobrem. É noite. No meio das casas escuras e precárias, uma que emana luz; uma taberna. É disto que preciso; um bom vinho, uma mulher fácil de formas cheias, uma cama para passar o resto da noite. Cá fora, uns porcos vão tratando da imundície que atola o chão enlameado. Antes de entrar, ajeito o alforge onde levo a razão da minha presença aqui: um documento de vital importância que o Rei, refugiado num pequeno bosque rodeado de inimigos, envia ao seu cunhado, rei desta terra, e seu único aliado. Que acontecerá se o papel se perder? Muitas vidas, e se calhar entre elas todas onde corre o mesmo sangue que em mim, cessariam em menos de um mês. Se entrar nesta taberna, deitarei por terra o futuro da insígnia que, à nascença, tatuaram-me no peito? O vinho, terá veneno? A mulher, uma espiã? A cama, meu último e eterno repouso? O meu corpo está mais fatigado que o do atleta-hoplita próximo de Atenas, falta-me ainda um par de dias de viagem - mas não posso parar. Não vou parar. A vida do Rei acima das hesitações do meu corpo.
Subscrever:
Mensagens (Atom)
Links
- Google Book Search
- José Mário Branco - FMI
- Atriades
- IronyAge
- La Guardia Pretoriana
- RogueClassicism
- Roman Archaeology
- Estudos Clássicos da Universidade de Aveiro
- ON-LINE NEO-LATIN TITLES
- De nuptiis Philologiae et Mercurii
- Eça de Queirós On-line
- Carmina Beuerana
- The Roman Legions
- Roman Strategy and Tactics
- FLUC - Estudos Clássicos
- Alberto Caeiro On-line
- Ancient Chinese Birth Gender Chart
- The Stoa Consortium
- Direcciones de Clásicas
- Oxyrhynchus Online
- Vindolanda Tablets Online
- InsanaMente
- a adicionar posteriormente
- a adicionar posteriormente
- a adicionar posteriormente
- a adicionar posteriormente
Arquivo do blogue
-
▼
2006
(61)
-
►
agosto
(10)
- ---MUDANÇA DEFINITIVA NO MEU SISTEMA DE VALORES---
- NietzscheO verdadeiro, o único, na sua derradeira ...
- Lembra-me um sonho lindoquase acabado,lembra-me um...
- Kadoc - NighttrainA minha avó... de fato de treino
- Heroes del Silencio - Entre dos tierras
- Rammstein - Rosenrot
- Vaya Con Dios - Nah neh nah
- The White Stripes - Fell In Love With A Girl
- Jacques Brel, Ne me quitte pas
- I do not swear I will remember you;I have sworn th...
-
►
julho
(16)
- Portishead - All Mine
- Há coisas inexplicáveis... tais como gostar de ti,...
- Bob Marley - Waiting in vain
- Sepultura - Territory
- Estar a comer uma fatia de bolo de chocolate acaba...
- Pela manhã cedo, o pequeno Buda saía do seu paláci...
- The Doors - Touch MeTILL THE STARS FALL FROM THE SKY
- Mão Morta - Escravos do Desejo ---DÓI-ME A...
- Moonspell - Magdalene
- The Rolling Stones - Paint It Black
- Rammstein - Stripped
- Rammstein - Sonne
- Longe de tudo; sozinho, por minha conta, responsáv...
- FIM quando voltaste, os teus olhos e as tuas mãos ...
- EX IMIS TEMPORIBVS
- NIETZSCHE:Oh no—Let’s face it. Nobody likes being ...
-
►
agosto
(10)