30 julho 2006

Portishead - All Mine




WE SHALL EXIST UNTIL THE DAY I DIE


Há coisas inexplicáveis... tais como gostar de ti, ao mesmo tempo que gosto desta música... Bizarro! Mas que importa... tanto tu como a música me fazem feliz.

Bob Marley - Waiting in vain

27 julho 2006

Sepultura - Territory





Unknown Man
Speaks To The World
Sucking Your Trust
A Trap In Every Word

War For Territory
War For Territory

Choice Control
Behind Propaganda
Poor Information
To Manage Your Anger

War For Territory
War For Territory

Dictators’ Speech
Blasting Off Your Life
Rule To Kill The Urge
Dumb Assholes’ Speech

Years Of Fighting
Teaching My Son
To Believe In That Man
Racist Human Being
Racist Ground Will Live
Shame And Regret
Of The Pride
You’ve Once Possessed

War For Territory
War For Territory
Estar a comer uma fatia de bolo de chocolate acabado de sair do forno, sentado num divã perfeito para as medidas do meu corpo, escutando Verdi e inalando opiáceos de incenso, num fim de dia quente de Verão. Haverá algo mais tranquilizante, mais remediador para o espírito? Sim; haverá sempre algo melhor, qualquer que seja a situação que se lhe oponha: estar contigo, nem que me estejas a fazer mal.


Pela manhã cedo, o pequeno Buda saía do seu palácio e entrava floresta adentro. Havia aí um lugar quase inacessível onde ele gostava de se sentar, ser rodeado por todas as formas de vida da Natureza, e rir. Esses momentos do dia eram sempre amenos; qualquer que fosse a época do ano, havia sol, e céu azul. A Natureza amava o rapazinho gordo de olhos semicerrados que a fazia feliz. Às vezes, o pequeno Buda recebia uma visita da cidade, para aconselhamento, mas só se encontrava com ele quem conseguisse chegar àquele lugar. As suas lições de vida eram muito apreciadas, não tanto pela vaguidade de um conselho oracular, mas pela simplicidade, carregada de profundos conhecimentos de vida, de que essas pequenas frases se compunham. Ninguém amava eroticamente o ser mais amado da Natureza, e, um dia, um viajante alemão, de olhos esbugalhados, por trás das lunetas curvas e pequenas, que ao fim de dois meses conseguira encontrar aquele ser que, fisicamente, classificou de "anão com peso regular"; esse viajante alemão perguntou ao pequeno Buda porque é que ninguém de entre os Homens o amava. O pequeno Buda, com poucas palavras, explicou àquele senhor de hábitos estranhos e sotaque acentuado que a Mãe Natureza amava Buda pela mesma razão que o fazia não ser amado por ninguém. A Mãe amava Buda porque ele era o oposto de toda a beleza que os homens admiram. Buda era a beleza primordial, a beleza quase selvagem, quase Terra. E a Mãe alimentava-se da Terra. Como o pequeno Buda era quase tão filho da Terra como da Mãe, a Mãe alimentava-se da Terra que Buda era e tinha. Porque Buda não era humano; humano era o corpo em que a Mãe o engarrafara. Duas horas depois, o alemão era ainda um vazio pleno de incertezas.

26 julho 2006

The Doors - Touch Me




TILL THE STARS FALL FROM THE SKY
Mão Morta - Escravos do Desejo



---DÓI-ME A ALMA---

Moonspell - Magdalene



Have you ever loved a woman
who should be that little intruder
in the one that you should be

Share the snake with us,
swallow the snake for us...

You have learnt heaven through impure lips
so different from what you have been told
so different from what you have seen

And now that you learned you will have to release
the tender arms of a woman
which would have strangled you to let you live
you will have to elect (choose) the fainting arms of this cross
which are just killing you to let you live...

Share the snake with us,
follow the snake for us...

25 julho 2006

The Rolling Stones - Paint It Black

Rammstein - Stripped

Rammstein - Sonne



The Snow White... Is You

Longe de tudo; sozinho, por minha conta, responsável pelos meus actos. Sem alguém que me vista com seus gestos, como tinha Sophia. Estou neste momento nesse mundo árido de um tempo real, esse mundo em que Vergílio Ferreira sentiria uma abafação de todo o espaço, uma pressão que lhe fazia carregar a cabeça de sangue. Esse mundo em que um aristocrata de Eça tomaria constantemente as decisões erradas, sempre esperando pela sua riqueza para o segurar, sempre mantendo a sua pose. Aqui, Campos estaria eufórico, absorvendo a multiplicidade de imagens que a Boavista, pela manhã, pode dar - ou estaria ansiando por um qualquer navio onde, encostado para trás na cadeira do convés, pudesse partir para o sossego. Reis estaria a ir-se embora também, em direcção ao campo, onde está Caeiro. O Ortónimo deprimiria entre tragos de vinho e sorvadas de ópio. Antero, perante a mendigagem que, pelos chãos, faz o triste espectáculo de serem como são e, sem qualquer estima para si próprios, no fim pedem o óbulo do espectáculo; Antero, ao vê-los, suspiraria por um Socialismo que, já o sabemos agora, nunca existirá. Quanto a mim, que não posso estar junto de todos eles, visto a roupa de estar nesta sociedade, escondendo dentro de mim o selvagem que quer um dia estar sozinho: fiz a minha escolha, Aristóteles, não sou deus, sou animal.

24 julho 2006

FIM
quando voltaste, os teus olhos e as tuas mãos eram
chamas a falarem para mim.
eu estava na cama onde nasci vezes demais.
peço-te, nunca esqueças o meu olhar de quando
voltaste.
era de noite. eu não esperava mais nada.
e tu voltaste. tão bonita.
és tão bonita. no mundo, deve haver um jardim tão
bonito como tu.
voltaste.
eu sorri tanto. fui feliz e, nesse momento, morri.
José Luís Peixoto, A Casa, a Escuridão (2002)

23 julho 2006

EX IMIS TEMPORIBVS

05 julho 2006

NIETZSCHE:
Oh no—
Let’s face it. Nobody likes being chained
to the wall by somebody else’s imagination.
Please! Wipe me out!

THE DANGEROUS MAN:
I’d do it if I could, Mr. Nietzsche.

NIETZSCHE:
You can do it. I want things said to me—
that will be very disturbing —not to other
people of course, but to myself in particular.
I want things said to me, that will cut into
me like a knife. In that hope, I want everybody’s
collaboration.

THE CHILD:
Why should we collaborate with you, Mr.
Nietzsche? A: We do not trust you, and B:
we do not like you.

Richard Foreman, Bad Boy Nietzsche